Tuberculose Cutânea

 Tuberculose Cutânea

DESCRIÇÃO: 
 A tuberculose é uma infecção oportunista causada pelo Mycobacterium tuberculosis, a tuberculose cutânea pode ser causada pelo Mt, Mycobacterium bovis, microbactérias atípicas e, raramente, pelo bacilo Calmette Guerin cuja principal forma clínica é a pulmonar mas que pode se manifestar também com lesões cutâneas. Essas tanto podem ser decorrentes de colonização do agente (bacilíferas) como de processo de hipersensibilização de foco tuberculoso ativo – tuberculides (abacilar ou paucibacilar. Os tipos clínicos de resposta a esta infecção são variadas assim como as lesões cutâneas. Tuberculose na pele é muito rara; caso aconteça desenvolve-se o complexo primário tuberculoso e a lesão local é denominada de cancro tuberculoso que surge três a quatro semanas após a inoculação, caracterizada por pápula, placa ou nódulo que evolui cronicamente para ulceração e fistulização (abcesso frio), com ou sem linfangite.
 Um exemplo de forma extrapulmonar é a cutânea, bastante rara, representando 1% de todos os casos de tuberculose, com maior ocorrência em pacientes imunodeprimidos. A contaminação cutânea acontece de forma direta, pela inoculação do bacilo, ou como manifestação secundária de doença pulmonar, ocorrendo, neste caso, por disseminação hematogênica ou por contiguidade do foco tuberculoso primário.
A tuberculose cutânea (TBC) continua a ser um dos diagnósticos mais difíceis de fazer em virtude das grandes variações em sua aparência clínica, histopatologia, imunologia e resposta ao tratamento.
 Há recomendação recente que paciente com TB extrapulmonar deve realizar sorologia para HIV.
A moléstia ocorre geralmen­te como resultado de contato com indivíduo tuberculoso.
No iní­cio do processo infeccioso surgem pápulas de cor amarelada que gradualmente crescem e acabam por confluir, formando extensas placas deformantes. A incidência da TBC tem aumentado no século XXI, em virtude da alta incidência de infecção por HIV e tuberculose pulmonar multirresistente.

RESERVATÓRIO:

O homem (principal); gado bovino doente.

MODO DE TRANSMISSÃO:

Em geral as infecções cutânas são consequentes à disseminação hematogênica (endógena) de bacilos que foram adquiridos por exposição em núcleos de gotículas suspensas no ar, expelidas por pessoas com tuberculose pulmonar. A inoculação do bacilo diretamente na pele (exógena) é muito rara.


PERÍODO DE INCUBAÇÃO:


A doença respiratória se manifesta seis a 12 meses após a infecção inicial. Nas formas exógenas é de três a quatro semanas.

 PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE DA TUBERCULOSE CUTÂNEA:

Enquanto o doente estiver eliminando bacilos e não tiver iniciado o tratamento. Após a introdução do esquema terapêutico, de duas a três semanas.

COMPLICAÇÕES:

Tuberculose miliar.

MANIFESTAÇÕES DIVERSAS

Pessoas que já foram contaminadas anteriormente poderão apresentar tuberculose se­cundária da pele.O processo infeccioso pode originar-se da inocu­lação externa ou por disseminação de um foco interno através da corrente sangüínea, linfática ou por proximidade. Nesses casos, a reação à tuberculina geralmente é positiva.Outra forma da doença é a tuberculose verrucosa (em forma de verruga), encontrada geralmente em pessoas que têm contato com doentes ou animais infectados.

DIAGNÓSTICO:

História clínico-epidemiológica e exame histopatológico da lesão e de gânglios regionais. Bacterioscopia e cultura de material da lesão tem baixa positividade. É importante investigar se existem outros órgãos comprometidos, principalmente pulmões. A prova tuberculínica é indicada como método auxiliar no diagnóstico da tuberculose em pessoas não vacinadas com BCG. A prova tuberculínica positiva, isoladamente, indica apenas infecção e não necessariamente a doença tuberculose.


DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:

Esporotricose, leishmaniose tegumentar americana, paracoccidioidomicose. A escrofulose faz diagnóstico diferencial com linfoma, mononucleose.


TRATAMENTO:

O tratamento da tuberculose deve ser feito em regime ambulatorial, no serviço de saúde mais próximo à residência do doente. A hospitalização é indicada apenas para os casos graves ou naqueles em que a probabilidade de abandono do tratamento, em virtude das condições sociais do doente, é alta.

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS:

Doença de distribuição universal. No Brasil a forma pulmonar é de elevada incidência, mas as formas cutâneas quando comparadas à anterior são relativamente raras.


OBJETIVOS DA VIGILÂMCIA EPIDEMIOLÓGICA:

Reduzir a transmissão do bacilo da tuberculose na população, por meio das ações de diagnóstico e tratamento.


NOTIFICAÇÃO:

Doença de notificação compulsória e investigação obrigatória.


MEDIDAS DE CONTROLE:

Baseia-se, principalmente, no diagnóstico e tratamento de casos bacilíferos.

VACINAÇÃO BCG:

Crianças na faixa etária de 0 a 4 anos, sendo obrigatória para as crianças menores de um ano, com revacinação em idade escolar. Os recém-nascidos e crianças soropositivas para HIV ou filhos de mães com aids, desde que não apresentem os sintomas da doença, deverão ser vacinados. Vacinar os trabalhadores de saúde, não reatores à prova tuberculínica. Há contra indicação absoluta para aplicar a vacina BCG nos portadores de imunodeficiências congênitas ou adquiridas


TRATAMENTO:

 O tratamento da tuberculose cutânea não se diferencia da pulmonar, instituindo-se, segundo orientação do Ministério da Saúde, no momento do diagnóstico, o esquema inicial de RHZ por dois meses, mantendo-se RH por mais quatro meses. Recomenda-se melhorar o estado nutricional do paciente, bem como tratar infecções coexistentes ou intercorrentes, buscando um foco tuberculoso subjacente.


LESÕES DE TUBERCULOSE CUTÂNEA:




BIBLIOGRAFIA:

www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1964/tuberculose_cutanea.htm
http://www.scielo.br/pdf/jbpneu/v41n2/pt_1806-3713-jbpneu-41-02-00200.pdf
http://www.scielo.mec.pt/pdf/am/v24n4/v24n4a03.pdf
http://www.amrigs.org.br/revista/57-02/1011.pdf






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