FEBRE AMARELA
A febre amarela é uma doença infecciosa aguda, causada pelo vírus da febre amarela (vírus amarílico), conhecido cientificamente como um Arbovírus, do gênero Flavivirus, é um RNA vírus, doença de curta duração (máximo 10 dias), com gravidade extremamente variável, abrangendo desde casos assintomáticos até casos fatais, ocorre de forma endêmica na América do Sul e na África, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A doença ocorre sobre duas modalidades epidemiológicas: silvestre e urbana.
A diferença entre as duas está na natureza dos transmissores e dos hospedeiros vertebrados. A letalidade global varia de 5% a 10%, mas entre os casos que evoluem com as formas mais graves da enfermidade, pode chegar à 50%.
Estudos filogenéticos tem mostrado a existência de sete genótipos do vírus, sendo 5 na África e 2 nas Américas.
PATOGENIA
No homem após a introdução do vírus amarílico na circulação pela picada do transmissor, o vírus rapidamente atinge os linfonodos regionais, e desaparece da circulação nas 24 horas seguintes. Já nos linfonodos, células linfoides e macrófagos são infectados preferencialmente pelo vírus. Posteriormente às partículas virais são levadas pelos vasos linfáticos até a corrente sanguínea, e daí até o fígado.
SINTOMAS
Os sintomas são: febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia (a pele e os olhos ficam amarelos) e hemorragias (de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina). Após a picada do mosquito transmissor a doença começa a se manifestar dentro de 3 a 6 dias (chamado período de incubação). Nas zonas endêmicas, boa parte dos casos, não apresenta sintomas (quadros assintomáticos). Nos sintomas chamam atenção, a febre e a mialgia (dor muscular), principalmente nas costas. Cefaléia intensa (dor de cabeça), perda do apetite, náuseas e vômitos completam o quadro clínico. Com mais 3 ou 4 dias de evolução a maioria dos pacientes melhora e os sintomas desaparecem. Cerca de 15 % dos pacientes dentro 24 horas entram na fase chamada tóxica.
Desenvolvendo icterícia (derramamento de bílis), dor abdominal, petéquias (hemorragias na pele), hemorragia urinária, de gengivas, estômago, intestinos e melena (hemorragia digestiva com eliminação de fezes pretas), e epistaxe (hemorragia nasal) .A função renal se compromete, podendo se acompanhar de perda da função do fígado e do coração, quando isto ocorre, a mortalidade se aproxima de 50 %, sendo maior entre as crianças e os idosos.
MODO DE TRANSMISSÃO
Febre amarela silvestre ciclo de transmissão: macaco -- >mosquito silvestre -->homem.
Febre amarela urbana ciclo de transmissão: homem--> Aedes Aegypt--> homem.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é essencialmente clínico, os exames complementares informam sobre as complicações e comprometimento das funções vitais. Os exames virológicos são decisivos na confirmação dos primeiros casos.(Ex: Exame MAC ELISA).
TRATAMENTO
Não existe tratamento curativo, ele é baseado em evitar complicações e dar suporte efetivo caso as funções vitais estejam comprometidas. O tratamento é apenas sintomático e requer cuidados na assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido numa Unidade de Terapia Intensiva. Se o paciente não receber assistência médica, ele pode morrer. Como na Dengue o emprego de aspirina é formalmente contra-indicado.
No caso de febre e cefaleia paracetamol é o medicamento mais indicado.
PREVENÇÃO
Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação. Os mosquitos criam-se na água e proliferam-se dentro dos domicílios e suas adjacências. Qualquer recipiente como caixas d'água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos. Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados. Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida através do "fumacê”. Além disso, devem ser tomadas medidas de proteção individual, como a vacinação contra a febre amarela, especialmente para aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios da doença. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.
A febre amarela é uma das doenças de notificação compulsória internacional, portanto é de objeto de vigilância pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
No Brasil a notificação é feita à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), sendo realizada pelo Ministério da Saúde.
VACINA
A vacina é gratuita e está disponível nos postos de saúde em qualquer época do ano e nos postos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) presentes em todos os portos e aeroportos do País. Ela deve ser aplicada 10 dias antes da viagem para as áreas de risco de transmissão da doença. Pode ser aplicada a partir dos 9 meses de idade.
Via de administração: Subcutânea.
Esquema: Dose única (0,5 ml)
OBS: O reforço deve ser de 10 em 10 anos.
A vacina é contra-indicada para gestantes, imunodeprimidos (pessoas com o sistema imunológico debilitado) e pessoas alérgicas a gema de ovo, doença infecciosa aguda em estado febril (acima de 38,5 Cº ).
Para os nascidos em zonas endêmicas a vacinação é realizada rotineiramente e a partir dos 6 meses de idade.
BIBLIOGRAFIA
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epid_febre_amarela.pdf
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/febre-amarela-sintomas-transmissao-e-prevencao
https://www.abcdasaude.com.br/infectologia/febre-amarela
http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v5n3/04.pdf
Este breve resumo foi retirado de fontes do Ministério da Saúde e artigos científicos!!!
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